terça-feira, 9 de outubro de 2012

Bundologia


Tenho um amigo que é bundólogo. É isso mesmo, não faça essa cara.
Ele é estudioso, especialista no assunto. O mundo exige que a vida seja estudada, pesquisada, portanto nada mais natural que a Bundologia.
As bundas tem vida própria, grande, pequenas, duras ou moles, dançantes ou rebolativas.
Bundas tem seguro, implantes, próteses, cremes, procedimentos, calças que arrebitam, enfim, a bunda movimenta milhões. Industrias de cosméticos, beleza, clínicas, academias, revistas, programas de tv, grupos de funk, axé, e samba. Todos mantidos pela bunda. No carnaval é a diva. Closes, capas, purpurinadas e brozeadas. As bundas são as donas da avenida. Bundas com seguro, com decote, preferência nacional!
Diante de tais fatos é incontestavél a importância da Bundologia. Ela vem aprimorar o estudo das bundas, desde o fascínio do homem, a influência na história do mundo ,as aplicações práticas no mundo contemporanêo.
Acredito que a  carreira de bundólogo seja das mais promissoras, principalmente em um país como o Brasil. Esse cara tem visão!!!

Carolina Martins

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma alma livre


Uma alma livre é feita de coragem, de força e de ternura.

Uma alma livre não se aprisiona em palavras.

Sentir que uma sutil linha separa a coragem da impetuosidade,

a força da brutalidade.

A ternura da fragilidade humana.

A linha me enlaça sem sutilezas e atravesso a força com brutalidade,

porque a ternura me fragiliza e me assusta.

Busco uma alma livre na sua plenitude. Nada busco, na verdade.

Desejo desprender-me cada vez mais.

Para quem sabe um dia, ser uma alma livre.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ela

Amava-a! Era uma fato. Que falta ela fazia...Sentia um aperto, um vazio.
À tarde quando ela saiu, achou que conseguiria, mas agora tinha certeza que sua vida não era nada sem ela. Sentia falta da sua luz, sua voz, a alegria na casa. Coração partido, deitou. Tentava dormir, pensar em outras coisas, mas ela surgia em seu pensamento. Linda, tinha uma resposta para tudo, as vezes engraçada, as vezes romântica.
Dormiu triste e acordou da mesma forma. Tão cedo e a saudade era lancinante. Tomou um banho quente, um café preto e saiu para trabalhar. O mundo girava, o trânsito o mesmo de sempre, pessoas e ruas, mas nada fazia sentido. Ao voltar para casa passou por um menino franzino de mãos estendidas, 08 anos talvez. Nem percebeu o pedinte, ou qualquer coisa a sua volta. Abriu a porta e correu ao telefone:
__ E então seu Marcos? Já tá pronta? O vendedor falou que essa era a melhor tv...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Voo na Noite


Voo na noite com seu papo,
Voo entre copos e risos,
Entre delírios e idéias.
Voo entre palavras e fatos,
Entre a falta de limites,
Entre o real e o abstrato.
Até aonde a imaginação permite.
Voo na chuva que embaça os olhos
e machuca a alma.
Seu voo na noite é livre,
Não tem medo da escuridão,
Do padrão ou do correto,
Do risco, do sucesso.
É bonito voar assim.
E vendo você voar assim tão alto,
Tenho certeza que todavia,
Um dia voarei na noite.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Meio da Caminho


Amo o meio do caminho
porque ele me dá liberdade.
No meio do caminho faço escolhas,
certas, erradas, minhas.
O meio do caminho me reserva surpresas.
No meio do caminho também tem uma pedra,
posso cair, levantar, subir e descer!
O meio do caminho é divertido.
O meio do caminho sou eu quem faço.
No meio do caminho posso ir para onde quiser.
Não tem o vigor do início, nem a certeza do fim.
Um mundo e meio de possibilidades.
Meio inteiro, meio estranho.
Talvez por isso, eu ame o meio do caminho.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Até a próxima notícia


Em tempos de muita forma e pouco conteúdo, tudo é um show. As verdadeiras motivações e causas não saõ questionadas, tão pouco refletidas. Fórmulas prontas para assimilação é o que há.
O bem e o mal separados como em um filme. Mas onde começa um e termida o outro?
É assustador ser protagonista desse filme, ser questionado, se questionar. Então no conforto da alienação se assiste aos ataques pela cidade, como se dela não fizéssemos parte.
As teias da violência saõ bem maiores do que o show apresenta. A exclusão, a fome, a miséria, a família, a falência de todo e qualquer conceito verdadeiro e profundo. Classificar, abominar, estigmatizar.
O terror atinge mais aos olhos que ao coração, até a próxima notícia.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Narciso

Narciso olhava para a praia. Sentado em um banco no calçadão, nada tinha de herói da mitologia, além do nome.
Perto de completar seus 71 anos pensava na vida. Os pensamentos pertubavam a tranquilidade da paisagem. Tudo passara tão rápido... Teria vivido bem? Tinha boas lembranças, uma boa esposa, se esforçou como pai. Apesar de não ter plena certeza de sucesso ( a danada lhe abria as correspondências despudoradamente, tomando seu resto de virilidade ) . Mas enfim lutou contra o desemprego e as mais diversas intempéries que um homem pode passar.
Porém viver bem em sua cencepção era mais. Uma sensação que sua memoria já não alcançava mais. E ali absorto em seus pensamentos, ansiava por um tempo que não volta, por uma chance que não teve. Ou será que teve? Sucumbido em suas obrigações, esqueceu de viver?
Olhou para o mar e sentiu despertar. Viveu para servir e não era tão mal.
Narciso olhou-se no mar calmo. Suas rugas fincadas, profundas, eram visíveis, porém bonitas. Como caminhos de sua vida. Narciso ficou orgulhoso. Então Narciso mergulhou no mar, na ansia de viver aquela emoção. Aos olhos espectadores admirados, um velho de calças e camisa pulando e gargalhando naquele fim de tarde.
__ Pras favas essa putada!